Etap@ n.º 4
Entre: Caldas da Rainha e Vila Verde dos Francos (Alenquer)
Data: 29SET01
1. PARTIDA PARA A ETAPA
Local de Partida: Largo do Hospital Termal das Caldas da Rainha
Data / Hora: 29SET01, 09:00
2. DADOS SOBRE A ETAPA
Estado Meteorológico: Tempo Instável, mas sem chover
Locais Percorridos: Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Cadaval, Pragança e Vila Verde dos Francos.
Concelhos Percorridos: Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Cadaval e Alenquer.
Distritos Percorridos: Leiria e Lisboa
Tipos de Piso Percorridos: terra batida, pedra, asfalto.
Elementos do Grupo: APRO (Cannondale), Mário Carriço (Rotwild), Macedo Mota (Trek) e Pedro Brites (Univega) num total de 4 elementos.
Distância Total: 67.000m
Média Quilométrica:
Velocidade Máxima:
Tempo Efectivo Deslocação:
Tempo Total da Etapa:
Cartas Militares n.º e nomes (*): 326 (Caldas Rainha), 338 (Óbidos), 331 (Cercal - Bombarral) e 362 (Ramalhal - Torres Vedras).
3. CHEGADA
Local de Chegada: Adro da Igreja Matriz de Vila Verde de Francos
Data / Hora de Chegada: 29/09/2002 às 17:00
4. TRANSMISSÃO DE TESTEMUNHO
Testemunho Transmitido a: Fernando Carmo.
Em (local): Adro da Igreja Matriz de Vila Verde de Francos
Data / Hora: 29/09/2002 às 17:00
5. RELATO DETALHADO DA INCURSÃO:
Realizou-se mais uma etapa da Estafet@, a quarta, que ligou, numa
extensão de 67 quilómetros, as Caldas da Rainha a Vila Verde de Francos,
Alenquer.
Foi, até ao momento, a etapa mais dura da Estafet@, pela sua extensão,
estado do terreno e pelo relevo, sobretudo do Cadaval em diante, primeiro
num constante "rompe pernas" (sobe e desce) até se chegar ao "acampamento
base" (café Garcia em Pragança) e depois pela subida asfáltica até "lá
acima" que incluía um desconto de 15% (4 kms. de Pragança até ao cruzamento
do local conhecido por "Montejunto" com uma subida de inclinação 15%).
Seguiu-se uma estonteante descida até ao miolo da serra para depois mais uma
sessão de "rompe pernas" pela cumeada dos moinhos com uma descida
incrivelmente técnica e, finalmente, a almejada descida, junto ao "Convento
da Visitação", para VVF.
TEMPESTADE EM LISBOA, BONANÇA NAS CALDAS
Como não tive companhia para me deslocar ao Porto, ao passeio do Bike Team,
optei antes por realizar a 4.ª etap@.
Acordei pelas 06:30 da manhã com a melhores intenções: fazer logo o
asfáltico entre VVF e Caldas, para despachar logo esse assunto... O cenário
não podia ser mais confrangedor, chuva diluviana acompanhada de rajadas e
trovoada! Aviso de mensagem escrita: o Pedro Basso a dizer que
"lamentava"... Mando eu uma mensagem ao Mário Carriço a dizer que o tempo
estava impróprio e que eu tb. "lamentava". Adormeço uma hora, acordo de novo
e vejo o céu desanuviado e uma chuva já dentro dos parâmetros legais.
Telefono ao MC para tentar convence-lo a reatar a etap@. Qual não é o meu
espanto quando ele me diz que, nas Caldas está um sol radioso. Bolas lá
tenho eu que fazer o asfáltico no final!
LAGUNA E MURALHA
Já havia efectuado o "Bom Barral" - Montejunto na semana transacta aquando
do reconhecimento. Desta vez fomos das Caldas em direcção a Óbidos com um
pequeno desvio para bordejarmos a magnífica Lagoa passando por zonas algo
arenosas e difíceis. Depois foi a vez dos barros fazerem das suas: os campos
já estavam cheios de barro e ao chegarmos ao miradouro donde se avistava o
castelo de Óbidos a tarefa foi limpar os kgs. extra desta matéria do quadro
e componentes da bicicleta.
CIRCUITO MEDIEVAL
Entramos dentro da muralha de Óbidos pela porta NW com alguns turistas
estrangeiros meio boquiabertos com o estado das figuras e das bicicletas.
Seguiu-se um passeio pelo casco antigo e uma paragem no café "1.º de
Dezembro" estrategicamente situado frente aos Paços do Concelho.
Reabastecimento sólido e piadas contadas (sabem aquela do Mickey e da
Minnie? Não? Então quando estiverem com o Macedo perguntem-lhe que é
demasiadamente picante pare eu lhes contar aqui! :-)) continuação do périplo
e saída pela porta W para uma traiçoeira e escorregadia vereda descendente
(podia ter dito "single track" mas não digo, depois da saga "octalink,
hallowtech, isis e square taper" todas as minhas palavras irão ser
traduzidas nesta lista! :-)). Seguimos até ao "Bom Barral" paralelamente à
A8 e ao caminho de ferro, por meio dos pomares e do imenso barro. Na terra
da fruta parámos na Repsol e repusemos o brilho nos quadros, lavámos
correntes e componentes e relubrificámos.
RECONHECIMENTO REPETIDO
Repetimos a dose apenas com bastante mais barro. Numa das subidas entre "Bom
Barral" e Cadaval não havia tracção possível, aí chegados de novo o aspecto
confrangedor do barro instalado por todo o lado. As descidas eram
aproveitadas para tentar diminuir a "largura extra dos pneumáticos" à custa
de pedaços de barros projectados para cima de nós próprios.
+ + + + + + + + + + + +
Data: 29SET01
Relator: APRO (a rogo de Mário Carriço)
OUTROS RELATOS
O percurso asfáltico entre Bombarral e as Caldas testemunhava uma
noite de forte chuvada. As nuvens davam lugar ao sol mas ainda muita
água corria pelas valetas e bermas da estrada. Adivinhava-se muita
lama.
Chegámos ás Caldas e tomámos o pequeno almoço numa esplanada,
completamente cegos com o sol na cara. Chegou o Mário Carriço e logo
depois o APRO. Toca a andar que há muito para pedalar.
A primeira parte do percurso desenrolou-se por uma zona já minha
conhecida e que teve o seu ponto alto nas lindíssimas lagoa de Óbidos
(na sua parte interior) e vila com o mesmo nome.
Antes de chegar a Óbidos tive um furo na roda da frente. Como tenho a
nhanha verde limitei-me a dar umas bombadas e rodar a roda. Qualquer
tentativa para descobrir algum espinho era completamente impossível
devido à camada de lama que cobria os pneumáticos. A coisa aguentou-
se até um pouco antes do Bombarral. Teimoso em não querer mudar a
câmara ainda a enchi por duas vezes. Nesta localidade parámos numa
bomba de gasolina e aproveitei para tirar a lama do pneu e retirar
uma razoável quantidade de espinhos. Azar que o compressor devia
estar desligado e tive que encher o pneu à mão.
A partir do Bombarral o percurso subiu sempre lentamente até ao
Cadaval. A maior dificuldade foram as energias que se gastaram, quase
sem dar conta, para vencer aquele terreno com lama seca que tanto se
agarra à roda como se solta com um pouco mais de velocidade. Por pura
teimosia prometi a mim mesmo que não mudaría a câmara e que a nhanha
tería de, à força da minha bomba cumprir a sua missão. Qual quê!!!
Mais duas ou três paragens para dar à bomba.
Chegados ao Cadaval, a vista sobre Montejunto era optimista porque
estávamos já a uma altitude considerável e o ataque à serra não
parecia tão difícil. O Problema é que o MC resolveu descer, descer
para depois voltar a subir. OK, agora é que atacamos a serra, pensava
eu e logo voltávamos a descer para depois subir outra vez. Numa
destas descidas em que o pneu limpou (e a minha cara sujou) dei o
braço a torcer (em parte) e resolvi desmontar o pneu. Bem, tirei meia
dúzia de espinhos bem compridos e como eram finos resolvi (teimoso
como um raio) montar a mesma câmara que tinha nhanha.
Nesta altura já o MC e o APRO se íam embora nas súbidas e as paragens
para dar ar serviam para eu e o Macedo descansarmos (mais ele que eu
que tinha de dar à bomba)e para justificar o nosso atraso.
Chegámos finalmente à tão desejada localidade de Pragança onde
parámos no café e nos mentalizamos para a escalada que se apróximava.
Por mim não havia problema. Três ou quatro paragens para dar ar e a
súbida havia de se fazer e o atraso estaría mais que justificado,
embora áquela hora já ninguém estava com paciência para aturar a
minha teimosia.
Subida a cima e lá vai ele. Algumas centenas de metros e já eu me
punha em pé nos pedais, passando o peso para a frente para ver a
pressão do pneu. E ele....NADA. Ufa! que isto sobe! E o pneu ... Nada!
Querem ver que isto é nhanha do espaço e só funciona em altitude?
Venho eu a dar ar desde Óbidos para agora, que dava jeito fazer umas
paragens, esta coisa finalmente funcionar! E funcionou.
Paisagem maravilhosa, principalmente pela cumeada dos moinhos. Lá em
baixo V.V. dos Francos e a Serra saloia que adivinha uma "Qint@"
cheia de momentos altos (literalmente).
Ainda bem que só tive de asfaltar até ao Bombarral. É que o Macedo
começou a falar em comida e eu comecei a ter alucinações e securas.
Escusado será dizer que no regresso fizemos uma paragem em Alfeizerão
(alô! RS)
Resumo a etapa na Frase que o Mário Carriço repetiu a cada km :
"Isto foi tudo muito bem organizado" 8-))))
Siga a "Quint@" e que se comecem a preparar a sext@, a sétim@, a
oitav@ e por aí fora.
Pedro Brites